sábado, 8 de maio de 2010

Maria Izabel

Querida Vovó,
talvez essa seja a melhor forma de demonstrar a saudade imensa que sinto de você.
Ao regressar à cidadezinha que passei todas as férias de minha infância é impossível não lembrar da sua pessoa. A casa já não é maos a mesma. Falta seu cheiro, seu toque, sua presença.
Não sei como descrever, é o primeiro dia das mães sem você. Pode parecer bobagem, mas pra mim a senhora era imortal. Nunca imaginei que um dia fosse te perder assim, para um AVC, e lembrar dos seus últimos dias no hospital, em que eu nem dei tanta atenção para as coisas que querias falar e não conseguia, me corrói a alma.
Ao levar seu corpo, e zelar por ele,as lágrimas não mais saiam. Talvez eu não conseguisse chorar com medo de perder as principais lembranças de minha vida ao teu lado. Seu carinho, e suas maneiras de demonstrar que se importava comigo eram tão visíveis, que eu não conseguia enxergar. Me sentia ofuscada pelo ciúme que tinha das minhas irmãs. Hoje eu percebo que esse carinho era igual a todas. Eu não sabia aproveitar.
Sentada no seu cartório, eu vejo o quanto a admirava. Uma mulher forte, que apesar da aparência frágil, carregava tantas responsabilidades. Muita coisa que tenho hoje eu devo a você, e eu nunca soube agradecer à altura.
A família é tudo.
Sinto sua falta, e espero que a senhora esteja bem, em qualquer lugar.
Agradeço por ser parecida contigo. Foi a melhor herança genética que pude receber.

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